sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Semestre longo, seis UPPs, muitos trabalhos, apresentações, provas e conhecimento acumulado. Este pode-se dizer que foi o meu resumo do semestre. O cansaço do corpo é notório não só a mim, mas de todos e todas as colegas que torcem pelo fim do semestre como o gol esperado que dará o seu time o título.

Neste semestre discutimos muito sobre o papel do estado e a sua regulamentação como proponente dos serviços de saúde, sua regulação e funcionamento, conhecendo as esferas, os serviços e avançando na participação popular com a XV conferência nacional de saúde.

O semestre para mim foi de extrema dificuldade para organizar meu tempo que desse conta de garantir meus compromissos de trabalho, militância e estudos. Confesso que não consegui me dedicar da forma como gostaria nos estudos, queria ter mais condições de ir em eventos fora do curso e também aprofundar mais as leituras.

A UPPs que eu mais me interessei neste semestre com certeza foi planejamento e gestão, é uma área dentro da saúde coletiva que me prende e interessa muito. As aulas do professor Alcides são bastante explicativas e garantem a curiosidade para buscar mais conteúdos fora da sala de aula.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

O processo de aceitação do diferente.

A imagem que reproduz a mensagem " defendemos e difundimos a normalidade" com um muro com arames farpados e todo gradeado reflete a ideia que até pouco tempo atrás tínhamos sobre a reclusão de pessoas vistas como "anormais" perante uma sociedade.

Jeremy Bentham formulou um centro penitenciário ou manicômio perfeito, denominado de panótipo, que possibilita a pessoa ser observada e ela não conseguir perceber que está sendo analisada por uma outra. 

Durante muitos anos trabalhamos com o conceito de reclusão e exclusão do convívio com a sociedade daqueles que eram considerados "diferentes, anormais, com problemas mentais". Este conceito perdurou por inúmeros séculos, no Brasil na década de 80 com a reforma psiquiátrica, avançamos para um conceito de inclusão destes e destas no conjunto da sociedade. Que o processo de ressocialização traria  melhoras ao quadro clínico do paciente.

A proposta considera, que não é excluindo ou tirando da vista da sociedade que iremos resolver os problemas enfrentados pelos diversos usuários dos Caps, é dando a visibilidade que iremos colocar na agenda das políticas públicas para uma maior enfrentamento ou aprofundamento dos processos de melhora e inclusão.

O papel do sanitarista deve-se ater em relação ao conjunto das políticas públicas serem acessadas por todos e todas usuárias do Sus. Contrapor a ideia de exclusão e não aceitação das diferenças é papel nosso enquanto futuros profissionais da área da saúde.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Compreensão do SUS enquanto ferramenta de direitos

O SUS é a nossa maior riqueza, o Brasil é um dos poucos países no mundo que garante o direito a saúde gratuita a mais de 100 milhões de usuários do sistema único de saúde. Desde a sua implantação em 1988, muito se avançou em relação a participação dos usuários na gestão do sistema.

Foram realizadas no Brasil inúmeras conferências nacionais de saúde, neste ano de 2015 ocorrerá a 15º Conferência Nacional de Saúde nos dias 01 a 04 de dezembro em Brasilia. As conferências são espaços de debates e apontamento de diretrizes para a politíca nacional de saúde, são realizadas as etapas livres, territoriais, municipais, regionais e estaduais das conferencias que abordam diversos temas e buscam encaminhar soluções sobre situações variadas que encontramos no interior do SUS.

Participei de uma das etapas municipais da conferência de saúde de Porto Alegre, em uma reunião de mobilização e organização dos movimentos de saúde para debater os rumos da saúde em POA. Foram apontados a necessidade de melhorar o diálogo entre os entes federativos e as comunidades, além da luta por um maior financiamento do sistema único de saúde.

Neste ano as conferências cumprirão uma enorme tarefa para mobilizarmos as pessoas para discutir qual saúde queremos para o nosso povo e como podemos enquanto profissionais e estudantes auxiliar na construção de um sistema único e público de fato.


Semestre Novo, turma nova!

Hoje escrevo para relatar sobre a experiência de ter aulas com uma turma nova de outro semestre. No início ficam aquelas dúvidas, será que vou me dar bem com a turma que não é da minha origem, será que vou gostar dos meus novos colegas e amigos(as)?

Me matriculei em algumas UPPs,com a turma do primeiro semestre, uma turma alegre, divertida e com vontade de integrar os diversos pensamentos diferentes. Após as aulas alguns butecos para conhecer mais os colegas, alguns programas em  comum e muita discussão em sala de aula.

A minha aprovação a minha nova turma e a conquista de novas amizades, me faz ficar feliz e mais entusiasmado com as UPPS. Neste semestre compreender melhor o olhar das diversas culturas sobre o conceito de saúde e doença e aprofundar os debates filosóficos de que  profissional da saúde queremos ser é extremamente enriquecedor.

Uma nova caminhada se aproxima, e com certeza que não ando só.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A participação dos estudantes no rumo do curso


Quando queremos discutir o papel das políticas públicas devemos instrumentalizar o povo para a tomada de decisões e participação qualificada nos rumos das decisões. Mas só conseguimos mudar as políticas públicas quando estamos tendo a possibilidade de participar e discutir os problemas e as realidades que estamos envolvidos.

Quando iniciei o curso de saúde coletiva, achei fantástico o formato do curso quando estimula os estudantes a participar da decisões do curso e também discutir os nossos problemas enquanto estudantes. A participação e o estímulo para a nossa participação é fundamental para construirmos uma cultura de participação e mudar a cultura de apatia e não participação na tomada de decisões.

Além dos fóruns dos estudantes, os fóruns do curso que trazem temas para debate sobre problemas que vivenciamos no cotidiano são fundamentais. Conhecer os programas de saúde da mulher e enfrentamento a violência, buscar conhecer a realidade dos usuários do sistema único de saúde nos faz avançar na problematização dos problemas e buscar soluções para tentarmos avançar nas políticas públicas.

O papel dos regimes democráticos para a efetivação de políticas públicas



Ao longo do semestre vamos avançando na construção do saber e entendimento sobre alguns processos de elaboração das políticas públicas no Brasil, conhecer os processos de elaboração das políticas públicas nos outros países e entender o papel do Estado na diminuição das desigualdades.

Uma das aulas mais interessantes que tive foi sobre o porque no Brasil temos uma pequena experiência de avaliação das nossas políticas públicas devido ao período de falta de democracia no Brasil com a implantação da ditadura militar em nosso país no início dos anos 60. Enquanto em outros países, principalmente na Europa não tivemos ditaduras militares e os processos de elaboração, análise e mudança de rumos das políticas públicas se constituíram ao longo dos anos, no Brasil tivemos quase 30 anos de escuridão e falta de análise das políticas públicas e também de mudanças estruturais nas políticas de Estado.

Não entender como uma ditadura impacta na elaboração das políticas públicas e análise das mesmas é não compreender o importante valor da democracia para formação cidadã das pessoas. O papel democrático do Estado é garantir que avancemos nas PPs e buscar que cada vez mais tenhamos serviços e direitos garantidos e constituídos.

Compreender esta situação e relacionar a pequena capacidade de efetivação de PPs no Brasil é compreender o nosso papel enquanto futuros gestores e auxiliar no processo de efetivação das PPs e tornar a análise e melhorias nos processos efetivas. Buscar a ampliação da participação das pessoas, dos conselhos para buscar a efetivação das PPs é nossa tarefa enquanto gestores.


Conhecendo novas realidades e busca pela minha identidade

Início de semestre, busca de conhecimentos novos, e conhecer novas pessoas e novas realidades. Esta foi uma das minhas primeiras impressões quando entrei na sala de aula para ter a minha primeira aula de políticas públicas.

Quando busquei me matricular no vestibular para saúde coletiva, foi devido a minha militância e gosto pela área da saúde. Trabalhei em diversos projetos com educação popular e práticas em saúde. Nos anos de 2004 à 2009 trabalhei com movimentos sociais buscando organizar e debater sobre as práticas na área da saúde e também ajudar a formular ampliar o debate sobre educação popular. Atuei nos movimentos sociais como MTD e MST, após alguns anos de militância na área e estar com o meu curso de biologia inconcluso, resolvi tentar buscar realizar um novo vestibular para tentar me formar na área da saúde, que me identifico e gosto de aprender e atuar.

Nos primeiros dias de aula foram de experimentações da nova universidade, estudava em uma universidade privada em Caxias do Sul, o método de ensino era bem diferente e menos libertador. Conhecer a UFRGS e conhecer a grade do curso e o seu método pedagógico com certeza foi uma das novas experiências e ricas novidades que tive no início do ano.

Buscar me formar como sanitarista e ajudar na compreensão e ampliação das políticas públicas, e ampliação dos direitos cidadãos e garantia do SUS é um desafio coletivo que deve ser buscado individualmente mas também enquanto nossa turma que entra no semestre 2014/1 acredito que devamos aprofundar as nossas concepções em defesa do SUS.

Fico feliz por poder estudar em uma universidade pública e a certeza que irei me empenhar ao máximo para a construção de uma educação libertadora bem como uma saúde coletiva de todos e todas!